Edição nº: 231
Ano: 2021
Efeitos da resolução espacial do modelo VIC na previsão de vazão diária a usinas hidroelétricas do Rio Uruguai
Autores:
Vinícius Siqueira Oliveira Carvalho | José Anderson do Nascimento Batista* | Paulo Sergio Franco Barbosa | Vinícius de Carvalho Neiva Pinheiro | Alberto Luiz Francato
Resumo:
A geração elétrica brasileira é amplamente dependente das usinas hidroelétricas. Este estudo tem objetivo de verificar o desempenho de diferentes resoluções espaciais do modelo hidrológico semi-distribuído
Variable Infiltration Capacity (VIC) acoplado ao modelo meteorológico numérico Eta, este adotado com
resolução espacial fixa em 15 km, para a previsão de vazão diária de cinco usinas do Rio Uruguai, no sul
do Brasil. O modelo hidrológico foi aplicado para as resoluções 0,04°, 0,08° e 0,16°, em que cada célula
de grade contém propriedades uniformes de solo, relevo e vegetação. As usinas hidroelétricas de jusante
da área de estudo apresentaram melhor desempenho de previsão de vazão diária pelo modelo VIC para as
resoluções mais finas. Conforme o Inventário de Restrições Operativas Hidráulicas dos Aproveitamentos
Hidroelétricos (ROH) do Operador Nacional do Sistema (ONS), o efeito da resolução espacial do modelo
VIC também foi estudado quanto ao desempenho da previsão diária de riscos de cheias, a partir de matrizes de contingências. Nos picos de cheias, a sensibilidade do modelo a valores acima de cada restrição
de segurança (atenção, alerta e emergência) mantém-se invariável igual a 100%, enquanto a precisão
variou de 51 a 100%, ambas sem tendência significativa em relação à resolução espacial. Todas as usinas
mostraram acurácia mínima de 98,3% e de forma crescente em relação à resolução espacial do modelo. A
heterogeneidade de dados físicos foi fator limitante para os ganhos do refinamento da resolução espacial
do modelo hidrológico.
Palavras-chave: Modelo VIC. Previsão de vazão. Rio Uruguai. Matrizes de contingência.