Varejo paulistano: crise hídrica demanda esforço de todos

Data: 12/11/2014

Roberta Romão, do Consumidor Consciente
Olhando para a atual situação que a população de São Paulo vive com relação ao abastecimento de água, o Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) produziu a cartilha “Água: o que o Empresário do Setor de Comércio e Serviços Precisa Saber e Fazer para Preservar este Precioso Recurso”.
Ela traz informações sobre a produção de água na região e orientações de como o cidadão e o comerciante podem contribuir no dia a dia para evitar o desperdício, a fim de colaborar com a sociedade no período de seca nos reservatórios.
A publicação mostra que o Sistema Integrado de Abastecimento de Água da Sabesp, composto por oito unidades produtoras no Estado, é capaz de produzir até 73 m³/s, e produz em média, para atender a demanda, cerca de 69 m³/s. No atual período chuvoso iniciado em setembro, caso se repita a baixa quantidade de chuvas registradas no último período de chuvas, a tendência é que a capacidade de produção diminua, impactando o abastecimento das casas e estabelecimentos na região.
Os 61,6 mm de chuvas acumulados até o momento neste mês não foram suficientes para evitar que os sistemas tivessem queda: o nível do Cantareira passou de 11,4%, no domingo (9), para 11,3% nesta segunda, enquanto o Alto Tietê foi de 8,3% para 8,2%. O Guarapiranga registrou o maior recuo: de 36,6% no domingo o índice regrediu para 36,4%.
A cartilha da FecomercioSP ainda alerta para o fato de que o volume para cada morador da região metropolitana pode estar ainda menor nos últimos meses, já que os dados são atualizados após análise de um longo período e, por enquanto, ainda não foi realizada uma nova medição considerando o período de chuvas menores do que as médias históricas de todos os tempos.
O presidente do Conselho de Sustentabilidade da Entidade, José Goldemberg, sugere que o período demanda participação coletiva para reduzir os impactos. “A disponibilidade de água para consumo é baixa e novos reservatórios estão distantes. É preciso que a população reduza o uso, de maneira consciente, porque o sistema Cantareira não está conseguindo produzir toda a água necessária. Além disso, a região precisa passar por obras de infraestrutura para captar e tratar mais água, o que requer tempo”, avalia.
Entre as dicas da cartilha para usar a água de maneira racional está a determinação de metas de consumo envolvendo toda a população para reduzir o volume gasto. No estabelecimento comercial, por exemplo, é possível trabalhar com responsabilidades e benefícios, incentivando a participação de colaboradores e clientes.
No uso prático da água, a publicação sugere que a lavagem de utensílios seja feita em uma única vez, utilizando produtos de limpeza sem fosfato, pois fazem menos espuma e facilitam o enxágue. Áreas externas devem ser higienizadas com varrição e não com mangueiras.
Com informações dos portais G1 e FecomercioSP.
(Consumidor Consciente)


< voltar