Cedae investe em projeto de reúso de água

Data: 02/02/2015
Fonte: revista Fator Brasil

Recurso pode ser utilizado em indústrias e na limpeza de ruas do Rio de Janeiro.

A Cedae está implantando em suas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) um processo para reúso da água, que pode ser utilizada em indústrias e na limpeza urbana. O projeto, que será ampliado para todas as estações da companhia, já funciona nas ETEs Alegria, no Caju e Penha, e na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu.

Atualmente, a Comlurb é a principal parceira da Cedae na compra de água de reúso, somando cerca de 250 mil litros por dia. A água, fornecida pela ETE Penha, é transportada em caminhões-pipa por toda a cidade e se destina à limpeza de ruas após feiras livres, calçadas, praças e monumentos e também dos pátios internos da própria Comlurb.

—A parceria entre a Comlurb e a Cedae para reutilização da água é de fundamental importância, na medida em que podemos usar esse bem nos serviços de limpeza urbana, como feiras livres e áreas de eventos —disse o diretor da Diretoria Técnica e de Logística da Comlurb, Marcelo Leal.

Para alcançar o estado de água de reúso, o esgoto que chega às ETEs passa por quatro fases de tratamento, que são responsáveis pela remoção gradativa de resíduos como lixo, matéria orgânica, areia e micro-organismos e desinfecção. Todo o processo dura cerca de 12 horas.

—O esgoto que recebemos vem em estado bruto, com 99,8% de água e 0,20% de impurezas. Na estação, removemos esses poluentes até que a água tenha qualidade para ser lançada na Baía de Guanabara. Para usá-la como água de reúso, acrescentamos uma quarta etapa ao processo, que é a adição de cloro. Dessa maneira, ela pode ser usada para fins industriais e de limpeza —explicou o gerente de tratamento de esgoto da ETE Alegria, Miguel Cunha.

Os cerca de 80 mil litros diários produzidos por essa ETE têm destino certo: todo o setor de construção e limpeza das obras do Porto Maravilha, ao lado da estação.

— Não é razoável usar água potável na limpeza urbana. Essa água destinada ao consumo humano demanda um trabalho para ser tratada, há dificuldades quantitativas e qualitativas de uso. Por isso, acreditamos ser tão importante fomentar o reúso— afirmou o presidente da Cedae, Jorge Briard.

Uso industrial a partir de 2016 - O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, firmou recentemente um contrato com a Cedae para que a empresa passe a fornecer toda a água de uso industrial do local a partir de 2016. A água fornecida será proveniente da lavagem dos filtros e decantadores da ETA do Guandu. Além do Comperj, boa parte da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) vai se beneficiar da mesma água de reúso desta ETA, onde também será destinada a uso industrial.

— Esse tipo de água não é próprio para consumo humano. Vamos fornecer para a Petrobras a água da retrolavagem dos filtros da ETA Guandu. Neste processo, usamos a água no fluxo contrário ao de filtragem para retirar as impurezas que ficam acumuladas nos filtros ao longo do dia — explicou o presidente da Cedae.

A água será coletada da ETA Guandu e bombeada para uma estação de tratamento simplificada que está sendo construída a três quilômetros desta ETA. Ainda segundo Briard, será de responsabilidade da Petrobras a construção de uma adutora que fará transporte da água tratada até o Comperj. | Isabel de Araujo e Verônica Lopes.


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