A crise pode acabar; a consciência não

Data: 27/02/2015
Fonte: Consumidor consciente
Até esta terça-feira, dia 24, a Sabesp contou 18 vezes consecutivas de aumento do nível do sistema Cantareira, o principal manancial da região metropolitana de São Paulo. No site da distribuidora, até às 11h de hoje, 25, a represa contava com 10,8% de volume armazenado e 277,8 mm de pluviometria acumulada no mês.
É um bom motivo para nos alegrarmos, afinal, mesmo no domingo (22) sem chuva, o sistema teve elevação. Mas o fato é que, além das chuvas, a campanha de redução no consumo com a distribuição de bônus para quem gasta menos água e de multa em caso de desperdícios contribuiu para o aumento do nível.
Neste mês também houve diminuição mais drástica no limite máximo de retirada de água do sistema Cantareira. A quantidade estabelecida pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (Daee) passou de 22,9 milhões de metros cúbicos (m³), em janeiro, para 7,2 milhões de m³, em fevereiro. A vazão média para a região metropolitana foi fixada em 13,5m³/s e para a bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), de 2 m³/s.
Temos então uma razão para nos mantermos esperançosos, certo? Correto. Porém, existe uma coisa que não pode mudar de forma alguma, mesmo quando a fase de seca passar: nosso comportamento.
É fato que algumas pessoas já tinham consciência sobre o uso correto da água, mas não da forma como essa prática é necessária agora. E é fato, também, que a outra parcela das pessoas não se importava com o desperdício de água. Não imaginaríamos, até o fim de 2013, que o Sudeste chegaria neste nível de crise hídrica.
Além disso, devemos nos lembrar que, apesar da elevação no nível da água em mais dois sistemas – o Alto Tietê (de 18,2% para 18,3%) e o Rio Claro (de 35,3% para 35,4%) – e a estabilidade na represa do Guarapiranga – o nível ficou estável em 57,5% – só não estamos sem água porque contamos com o uso da cota do volume morto (retirada da água que fica abaixo das comportas). No caso da Cantareira, da segunda cota da reserva técnica.
Já nos reservatórios do Alto Cotia e Rio Grande houve queda: de 83,6% para 83,4% e de 83,6% para 83,4% respectivamente. Então, podemos sim nos alegrar. Mas devemos, acima de tudo, aprender com as novas práticas e entender que nossas atitudes também influenciam na realidade que vivemos.


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