Água subterrânea também pode se esgotar

Data: 16/03/2015
Fonte: Climatempo


A seca levou a população a pensar em fontes alternativas de água, como os aquíferos ou lençóis freáticos, que são formações rochosas que reservam água subterrânea. Ultimamente a procura por empresas que escavam poços artesianos cresceu em média 30% e a busca pelos caminhões-pipa, que retiram água do solo, também aumentou. O problema é que com essa maior retirada de água, e com a falta de chuva para recarregar, o nível dos aquíferos está caindo.


Na Região Metropolitana de São Paulo, 70% dos poços que retiram água subterrânea são clandestinos, ou seja, não possuem outorga ou autorização de uso. De acordo com o especialista Dr. Flávio Augusto Ferlini Salles, o problema desse grande número de poços ilegais, além da possibilidade do esgotamento do recurso, é o consumo de água contaminada. O último boletim da CETESB de áreas contaminadas estima que existam quase 5 mil áreas onde a água subterrânea pode estar contaminada na Região Metropolitana. “A água subterrânea é recomendada para o consumo, mas assim como a água superficial, é necessário fazer uma avaliação prévia da qualidade da água, e isso faz parte do processo de licenciamento. Por isso é tão complicado ter uma quantidade tão grande de poços clandestinos” afirma o Dr. Salles.

A contaminação do lençol freático acontece de diversas formas. Nas áreas metropolitanas as principais fontes contaminantes costumam ser bombas de gasolina que ficam em baixo da terra.

Assim como os rios e lagos estão sujeitos à poluição e ao esgotamento, como atualmente acontece com alguns dos mananciais que abastecem a Grande São Paulo, os lençóis freáticos também podem ser contaminados e se o consumo for maior do que a taxa de recarga, podem secar. Por isso é necessário fiscalização e uma gestão eficiente.

“A solução para o abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo parte de uma gestão ambiental integrada que passa, essencialmente, pela educação ambiental para o consumo consciente, pela preservação e recuperação de aquíferos e recursos hídricos superficiais, pelo fortalecimento da estrutura de fiscalização para redução de captações clandestinas, pela redução de perdas no fornecimento, pelo consumo sustentável adequado às taxas de recarga dos aquíferos e pela gestão ambiental de passivos ambientais e de áreas contaminadas.” Afirma Salles, doutor em Hidrogeologia e sócio da PAR ambiente – consultoria ambiental.



< voltar