Setor sucroenergético comemora redução em 95% na captação de água

Data: 06/04/2015
Fonte: Celulose On Line

Na semana em que se comemorou o Dia Mundial da Água, o setor sucroenergético comemorou a contribuição decisiva que vem tendo para ajudar na redução da taxa média de captação de água da faixa de 15 a 20 m³/t de cana para a faixa de 1 a 2 m³/t de cana. Ou seja, uma redução próxima de 95% na captação de água.

Além disso, na última década, houve uma redução na demanda do setor por água industrial de 13% para 7% da água destinada para todos os setores do estado de São Paulo. Em relação à oferta mínima de água no estado, o setor demanda apenas 2,5% de água para seu uso industrial, o que derruba o mito de que o setor sucroenergético consome uma grande quantidade de água.

Segundo o consultor ambiental e de recursos hídricos da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), André Elia, essa queda no consumo hídrico foi proporcionada por investimentos em reuso de água através de tratamento e recirculação, otimização do balanço hídrico industrial e adoção de novas tecnologias como, por exemplo, a limpeza a seco da cana.

“Ao contrário do que se imagina a produção de cana no Brasil não é irrigada, principalmente na região canavieira do Centro-Sul, não havendo, portanto, conflito de água no setor rural, o que representa um forte indicador de sustentabilidade para a produção canavieira brasileira”, diz Elia.

Aliado ao uso racional da água industrial e a não dependência de irrigação, soma-se a produção de bioeletricidade a partir do bagaço de cana-de-açúcar. A estimativa é de que em 2014, a energia de biomassa tenha gerado uma economia de 14% dos reservatórios hidrelétricos das regiões Sudeste e Centro-Oeste (responsável por 60% do consumo brasileiro).

Biomassa

Em 2014, foram produzidos 20.815 mil Gigawatts/hora, de energia elétrica proveniente da fonte biomassa, 20% acima do realizado em 2013. Essa quantidade seria capaz de abastecer 11 milhões de residências ou equivalente a 52% da energia que será produzida por Belo Monte, a partir de 2019. Além disso, sem o uso da biomassa na matriz elétrica brasileira, o nível de emissões de CO2 na atmosfera seria 24% maior.

Proteções de nascentes

Outro aspecto muito importante é a ação que o setor tem tido na proteção de nascentes e recuperação de matas ciliares. No estado de São Paulo, 94% da produção canavieira são de usinas participantes do Protocolo Agroambiental, convênio voluntário entre o setor, capitaneado pela Unica, a Secretaria de Meio Ambiente e a Secretaria da Agricultura, que antecipou a eliminação do emprego do fogo para colheita de cana.

As usinas também vêm aumentando a sua reserva de água segura por meio do armazenamento superficial de água através de represamentos (inclusive de água de chuva), como de novas captações de água subterrânea como reserva estratégica. Ao mesmo tempo vem intensificando os programas de racionalização do uso de água e evitar desperdícios como a revisão criteriosa do balanço hídrico industrial.


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