Pela primeira vez, Sistema Rio Grande vai abastecer a cidade de São Paulo

Data: 14/04/2015
Fonte: Sabesp

Obra da Sabesp permite que esse sistema, que atendia o ABC, passe a fornecer água também para a zona sul da capital
A Sabesp acaba de entregar mais uma obra para reduzir o uso do Sistema Cantareira. A companhia colocou em operação uma nova adutora (tubulação de grande porte) que permitirá, pela primeira vez, levar água do Sistema Rio Grande para abastecer a capital paulista.
Desde que foi criado, em 1958, o Rio Grande abasteceu os moradores do ABC. Até 2013, servia São Bernardo do Campo, Diadema e uma pequena parte de Santo André. No ano passado, a Sabesp já havia concluído obras que permitiram levar água desse sistema para mais bairros de Santo André. Agora, com a entrega da nova adutora, vai atender a zona sul de São Paulo.
Essa adutora liga o Parque Real, em Diadema, à região de Pedreira, na capital. Levará água do Rio Grande para bairros como Balneário São Francisco, Cidade Júlia, Eldorado, Jardim Apurá, Jardim Guacuri, Jardim Rubilene, Jardim Selma e Pedreira. O investimento foi de R$ 7,6 milhões. A adutora tem 2,1 km de extensão e foi implantada com mão-de-obra própria da companhia.
Com mais essa obra, a Sabesp vai reduzir ainda mais a utilização do Sistema Cantareira. E isso ocorrerá graças a uma das principais estratégias da companhia diante da pior seca da história de São Paulo: a interligação de sistemas. A água do Sistema Rio Grande passará a abastecer cerca de 250 mil pessoas na região dos bairros citados, que deixarão de ser atendidos pelo Guarapiranga, gerando uma “sobra” neste sistema. Essa “sobra”, por sua vez, irá para diversos bairros que hoje recebem água do Cantareira.
O avanço da água do Guarapiranga poderá ocorrer em diversos pontos da Grande São Paulo. No sistema da Sabesp, existem diversos bairros com abastecimento “flex”, que podem ser atendidos pelo Cantareira e pelo Guarapiranga. De acordo com a demanda, em alguns horários do dia essas regiões são abastecidas por um ou por outro. Agora, com a “sobra” de água que será gerada pelo avanço do Sistema Rio Grande, os bairros “flex” terão preferencialmente água do Guarapiranga. Entre esses bairros com flexibilidade estão o Ipiranga, na zona sul da capital, Pinheiros, na zona oeste, e parte da cidade de Osasco.

A importância do Sistema Rio Grande
O Sistema Rio Grande ganhou importância ao longo de 2014 diante da crise hídrica. Mesmo com a seca, esse reservatório registrou boa quantidade de chuva. A adoção do bônus na conta também fez com que o fornecimento para o ABC diminuísse, já que o consumo caiu. Com a água excedente, a Sabesp executou ainda em 2014 obras para que o sistema passasse a chegar até Santo André.
Associado a isso, a companhia aumentou a produção de água potável no Rio Grande. No final do ano passado, a capacidade subiu de 5.000 para 5.500 litros de água potável por segundo. A Sabesp instalou na estação de tratamento equipamentos de ponta, chamados membranas ultrafiltrantes. Essa combinação de fatores permitiu que, agora, o Sistema Rio Grande passasse a abastecer a capital pela primeira vez.
O Rio Grande terá ainda maior importância neste ano de 2015. Seu nível de armazenamento de água chegou a mais de 97% no final de março. Para aproveitar esse estoque de água, a Sabesp inicia neste mês a obra que permitirá o bombeamento desse reservatório para o Sistema Alto Tietê. Essa medida é essencial para garantir o abastecimento da população no período de estiagem, que vai até o fim de setembro. O Alto Tietê tem capacidade muito maior de tratamento, de 15 mil litros por segundo, mas suas represas estão com nível mais baixo. Com o bombeamento, a Sabesp levará a matéria-prima (água disponível na represa do Rio Grande) até o local onde existe maquinário para fazer o tratamento (Sistema Alto Tietê).


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