Água e Biomassa são temas do painel inovação durante Congresso do MS Florestal 2015

Data: 17/04/2015
Fonte: Celulose On Line
Ainda durante o painel de inovação que aconteceu no último dia (15) do MS Florestal 2015, sob a moderação de Renato Roscoe, Superintendente de Ciências e Tecnologia, houveram apresentações da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul), da FIEMS (Federação das Indústrias do Mato Grosso do Sul), do Instituto Senai em Biomassa e da Arborgen.

Carolina Andrade, Diretora do Instituto Senai de Inovação em Biomassa, foi a primeira a discursar e começou falando sobre uma otimização industrial, resultante da integração entre energia, matéria-prima e a água. Falando-se em crise, para ela, a água industrial pode ser otimizada das seguintes formas:

Redução da retirada da água de fontes, como lençóis freáticos e rios,
Redução do consumo de energia provenientes de usinas térmicas,
Redução das descargas residuais,
Otimização de perdas e desperdícios,
Reuso (em cascata ou com tratamento de efluentes)
Uso de sistemas de aproveitamento da água pluvial (tranques de retenção).


Já quanto à Energia, ela comenta que segundo dados de 2013, o Brasil mostra uma pequena melhora na sua produção de biomassa, já que ocupa a 3ª posição na geração de energia, ficando atrás apenas da hidrelétrica e do gás natural. Nos investimentos da matriz energética, entre 2012 e 2013, a biomassa teve um acréscimo, saltando de 6,8% para 7,6%. E se há mesmo motivos para comemorar, os números industriais indicam que 56% da energia desse setor é renovável. “Nesse ponto, a madeira ocupada papel estratégico na produção e uso de energia no país”. Ela ainda apresentou uma projeção que mostra que o consumo final em biomassa crescerá 20% em 10 anos.

Porém se for analisado um gráfico com o potencial de geração o Licor Negro ocupa, disparadamente, a primeira posição, enquanto que o bagaço de cana fica em seguida. O que fazer então para potencializar o uso da energia de madeira? Investimento é a resposta segundo Carolina. Ela conta que há 14 fábricas de pellets na região, que opera com apenas 25% da capacidade total, o que gera anualmente 60 milhões de toneladas de pellets / ano.

Marcelo Turine, Presidente da Fundect, também palestrou sobre inovação no setor madeireiro. Para ele o principal desafio é atender a demanda sem degradar as florestas naturais e para isso, o melhor caminho é a pesquisa florestal. “Sem conhecimento cientifico, não se faz inovação”. Para isso, a Fundect está organizando o 1º Fórum Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, que acontecerá no fim do mês. O último dado referenciado por Turine foi o de que o Brasil está muito atrás do mundo, no quesito produção de trabalhos científicos no setor em destaque.

Representando o FIEMS, Marcela Salazar falou que há uma pressão muito grande em torno da biomassa (energia e combustível) devido as atuais crises hídricas que vem ocorrendo.

Ana Gabriela Carvalho, da Arborgen, comentou sobre a importância do material genético, do sistema de manejo e da biotecnologia. Alguns tópicos citados também foram apresentados na Reunião da Câmara Setorial, no primeiro dia de evento. Ela ainda acrescentou que as mudas resistentes à herbicidas já estão em início de testes no campo e que, devido ao pacote da CTNBio, somado ao tempo de pesquisa, os resultados devem demorar aproximadamente 5 anos.

O moderador Renato Roscoe ainda fez algumas observações antes de terminar o painel:

Glifosato: é altamente inativo e de baixo risco ambiental, por isso, não será banido;
Água: É preciso pensa em eficiência hídrica mas também ficar atento aos discursos, pois, nosso setor é altamente sustentável; e
Energia: Por que não integrar o setor florestal com o sucroenergético (que é sazonal)?


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