Crise hídrica: Má conservação de mananciais é um dos principais problemas

Data: 03/06/2015
Fonte: Celulose On Line


No sudeste brasileiro, uma das regiões mais afetadas pela falta de água atualmente, importantes mananciais de abastecimentos para metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro dependem da manutenção de remanescentes de Mata Atlântica, alguns localizados em unidades de conservação criadas para proteger o bioma mais ameaçado do Brasil.

O Parque Estadual da Serra do Mar, em São Paulo (SP), por exemplo, responde pela produção de água potável para boa parte do Vale do Paraíba, além do litoral centro e norte da cidade.

Mas o descaso com estas áreas de mananciais é um dos principais problemas que avança a olhos vistos e agrava a crise hídrica no Brasil. A afirmação é do doutor em Ciências Biológicas pela Unesp, Fábio Olmos, que também é membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.

“Não tem como produzirmos água sem conservarmos as florestas e outros tipos de vegetação nativa. É preciso entender que existe uma relação complementar entre elas e, dessa forma, a crise pode ser mais bem compreendida”, afirma Olmos.

Olmos alerta, contudo, que as principais áreas de abastecimentos de grandes regiões metropolitanas estão sendo destruídas, afetando a produção de água. Há a degradação da vegetação nas margens dos rios, manejo não adequado do solo e utilização exagerada de agrotóxicos e a ocupação irregular que compromete a qualidade da água, devido ao lixo, esgoto e outros materiais descartados nos rios e nascentes.

A primeira etapa para solucionar o problema da má gestão de áreas de mananciais, neste caso, é reconhecer, urgentemente, que há algo errado e que precisa ser evitado. Olmos defende que a reversão da falta de água, em um primeiro estágio, passa pela recuperação da cobertura vegetal nas áreas de mananciais e produtoras de água.

Entre as alternativas para frear o problema, acredita Olmos, está a promoção de uma restauração ambiental em ampla escala.

“É um passo além de conservar. Precisamos olhar os grandes espaços e paisagens como um todo e trabalhar na restauração ecológica”, explica. “Uma política relevante, nas cidades, são os projetos de arborização e preservação do meio ambiente também em áreas urbanas”, ressalta.



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