Projeções para água armazenada no sistema Cantareira

Data: 12/08/2015
Fonte: Usp
Iniciativa é de pesquisadores da USP e da Unesp

Ontem, dia 10 de agosto, o nível do sistema Cantareira estava em 13,7% do volume total. Isto quer dizer que ainda se está abaixo da linha do volume morto. Para melhor comparar a situação de hoje com as anteriores, é usado o índice tradicional da SABESP, que faz referência ao volume útil, não incluindo o volume morto. Neste referencial, está-se hoje em um nível negativo de -11,5%. Em 10 de agosto de 2014, o nível estava em 4,6% negativos.


Na última semana, o volume de água armazenado no sistema Cantareira passou de 14,3% para 13,7% do volume total, apresentando portanto uma queda mais acentuada que as ocorridas nos últimos meses. O volume de chuvas dos últimos trinta dias foi de 25 mm, bem abaixo (45%) da média histórica para o período, que é de 44 mm. A média da vazão afluente (que entra no sistema), sobre os últimos trinta dias, foi de 9,5 metros cúbicos/segundo, abaixo da registrada em 3 de agosto, que fora de 11 metros cúbicos/segundo, mas acima da afluência no mesmo período em 2014, que fora de 7,1 metros cúbicos/segundo.

São adotadas, neste boletim, as porcentagens em relação ao volume total do sistema Cantareira. Para obter a porcentagem correspondente ao volume útil, multiplica-se por 1,292 a porcentagem em relação ao volume total.

Quando é referido o "sistema Cantareira", inclui-se o reservatório de Paiva Castro.

A tendência até o próximo sábado é de queda, se mantida a mesma retirada diária de água do sistema pela Sabesp. A projeção para o dia 15 de agosto, sábado, é de 13,4%, com limites inferiores e superiores da região de 95% de credibilidade de 13,1% e 13,7%, respectivamente.

A tendência é de queda mais pronunciada para os próximos 30 dias. Se as chuvas ficarem na média histórica do período, a projeção de 30 dias é de um volume de 12,1% do volume total, 1,6 pontos percentuais de queda em relação aos 13,7% de hoje. As margens de 95% de credibilidade são de 11,3% e 13,0%. A probabilidade de que o volume em trinta dias seja menor ou igual ao atual é de 99%.

Já numa perspectiva mais pessimista de que as chuvas do próximo mês estejam 25% abaixo da média histórica para o período, a tendência é de queda forte do volume de água armazenada no sistema, sendo a projeção de 11,7%, com margens de credibilidade entre 10,9% e 12,6%. Finalmente, na hipótese mais otimista, de chuvas 25% acima da média, a projeção é de 12,5% com margens de 11,6% e 13,4%. Como se pode ver, mesmo com chuvas acima da média, a tendência é de queda acentuada no volume de água no sistema. Em nenhum dos cenários há a recuperação do volume morto nos próximos trinta dias. Todos os cenários supõem que a Sabesp continuará a retirar água do sistema na mesma quantidade que atualmente.

O projeto Águas Futuras
O projeto é uma iniciativa de pesquisadores da USP (Paulo Inácio Prado, do Instituto de Biociências) e da Unesp (Roberto Kraenkel e Renato Coutinho, do Instituto de Física Teórica) que se utiliza de métodos de modelagem matemática para fazer projeções a partir de dados públicos. A página do projeto http://cantareira.github.io é atualizada diariamente com projeções para cinco e 30 dias. Também estão disponíveis na página links para todos os
dados e programas utilizados, todos de utilização livre não comercial.


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