Especialistas apontam setores de energia, água, habitação e mobilidade como principais pontos para investimento em Internet das Coisas no Brasil

Data: 26/08/2015
Fonte: Anpei
Com moderação de José Luis Cordeiro, professor da Singularity University (EUA) e Flávio Gryszpan, Diretor do Departamento de Tecnologia do Centro das Industrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o painel contou com palestras de: Don Brown, Diretor do Big Data Institute (EUA), Augusto de Albuquerque, Ministro-conselheiro e chefe do setor de sociedade da informação da delegação da União Europeia no Brasil, Donagh Horgan, Diretor do Projeto “This for That: Connecting by Design – European Innovation in the IoT” (Reino Unido), Fábio Miranda, Chefe de Estratégia e UX Innovation Hub da Totvs, Jacques Barcia, Consultor de tendências e informação do Porto Digital e Tiago Barros, Coordenador do grupo de pesquisas em Internet das Coisas do CESAR.

Don Brown deu início ao ciclo de palestras apresentando elementos técnicos sobre fusão de dados, aprendizagem estatística, armazenamento na nuvem e modelagem preditiva com foco em segurança. "Para ter sucesso em inovação precisamos de colaboração. As grandes conquistas foram resultados disso", disse Brown, citando o exemplo da máquina de ressonância magnética.

"A ciência dos dados é muito importante para a inovação, pois ela é colaborativa, e cria novas oportunidades de negócio", finalizou Brown, também ressaltando a importância da interação entre as empresas, universidades e o governo.



Augusto Albuquerque apontou os diversos protocolos de informação como um dos entraves para o avanço da Internet das Coisas. Segundo ele, a IoT trabalha com cenários e aplicações reais, como, por exemplo, monitoramento ambiental e abastecimento de água. O Ministro-conselheiro terminou a sua palestra apresentando um projeto da União Europeia e do Brasil que discutirá esses pontos e será lançado em outubro de 2016 e deve ser entregue no ano seguinte.




O arquiteto, especialista em design thinking e desenvolvimento ágil, Donagh Horgan, apontou que o smarphone tornou a Internet das Coisas mais comum devido ao seu baixo custo. Além de apontar diversos dados numéricos do cenário de Iot do Reino Unido, Horgan citou os setores de energia, agroindústria e construção como os que mais demandam essa tecnologia no Brasil. "As `fazendas inteligentes` podem compartilhar dados sobre questões climáticas e características do solo, por exemplo" exemplificou ele, que também contou uma história bastante interessante: "Um grupo de ciclistas não queriam passar seus dados para a implantação de um dispositivo em suas bicicletas, mas quando os especialistas disseram que se três ciclistas parassem em um semáforo, ele abriria na hora, todos aceitaram a proposta".



A apresentação de Fábio Miranda foi focada no lado humano da Internet das Coisas. "96% das inovações falham, porque a maioria das empresas não pensa nas pessoas que irão operá-las. Por isso, é preciso entender a necessidade dos usuários e suas rotinas antes de oferecer inovações para eles", disse Miranda, explicando que a metodologia design thinking, utilizada na Totvs, prioriza o foco no cliente, a colaboração e a criatividade.

Jacques Barcia também se pautou em números para apresentar o cenário atual da IoT e oportunidades para o Brasil. "Em 2020 teremos 4,5 milhões de desenvolvedores para entregar Internet das Coisas; e esse crescimento segue até 2025, quando a tecnologia deve se estabilizar", disse o Consultor de tendências e informação do Porto Digital, que apontou saúde e fitness como os setores que mais lançam produtos conectados, mas ressaltou que é preciso recuperar o ecossistema social brasileiro, com lixeiras inteligentes, por exemplo.

O Painel "Revolução Digital: Internet das Coisas/Big Data/Analytics" foi finalizado com a palestra de Tiago Barros, que iniciou a sua apresentação perguntando o que está faltando para a Internet das Coisas, fazendo o público pensar em dispositivos que ainda não estão conectados. Em seguida, o Coordenador do grupo de pesquisas em Internet das Coisas do CESAR expôs algumas tecnologias que estão sendo testadas no instituto de pesquisa no qual atua. "Colocamos um medidor de volume no galão de água, e ele avisa quando a água está acabando. Essa tecnologia será bastante útil em botijões de gás, por exemplo".


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