8 países onde a energia limpa avança a passos largos

Data: 19/07/2016
Fonte: celulose on line




No ano passado, os investimentos em fontes renováveis cresceram em ritmo recorde em todo o mundo. Em torno de 147 gigawatts (GW) de potência provenientes, principalmente das fontes eólica e fotovoltaica, foram acrescentados à matriz energética mundial.

Em 2015, pela primeira vez, os países emergentes superaram os desenvolvidas em investimentos eme energias renováveis, com aportes de US$ 156,3 bilhões no setor. O índice foi 19% maior que o de 2014 e a China foi a grande campeã. Globalmente, US$ 286 bilhões foram dedicados às tecnologias limpa, seis vezes mais do que o montante investido em 2004.

Alguns países se destacam pelo uso que já fazem dessas tecnologias, com recordes de produção e consumo. Conheça oito bons exemplos:

1 – CHINA
Foi a grande responsável pelo “boom” dos emergentes. Os US$ 102,9 bilhões aportados no ano passado representaram mais de um terço do total global. Em 2015, também, o país asiático bateu outros dois recordes mundiais: em um ano, instalou 30,5 gigawatts de energia eólica e 16,5 gigawatts de solar.

No setor eólico, por exemplo, a capacidade do país é de 145,1 gigawatts. Para efeito de comparação, no Brasil, apesar de a nação ser a quarta do mundo onde essa fonte mais cresce – ficando atrás apenas da China, Estados Unidos e Alemanha – a capacidade está em 8,7 gigawatts. Na área solar, a China ultrapassou a Alemanha, com 38,24 gigawatts, e hoje soma 43 gigawatts de capacidade. Por lá, até painéis fotovoltaicos que funcionam a partir da chuva já estão sendo criados.

2 – PORTUGAL
Em maio, por pouco mais de quatro dias – ou 107 horas consecutivas – o país atendeu a demanda energética de seus 10,4 milhões de habitantes com energia proveniente, exclusivamente, de fontes solar, eólica e hídrica. A maior parte (58%) veio dos ventos. Hoje, Portugal conta com cinco gigawatts de potência eólica instalada. Em três anos, a capacidade de geração a partir do vento cresceu 500 megawatts.

3 – ALEMANHA
No mesmo mês em que as renováveis garantiram a Portugal independência energética, a Alemanha bateu recorde em produção de eletricidade a partir de fontes limpas. Às 13h do dia 8 de maio, fontes solar, eólica, hídrica e de biomassa geraram 55 gigawatts, garantindo 87% do abastecimento nacional.

Com o acúmulo da potência, os preços da eletricidade chegaram a zerar, reduzindo expressivamente a conta do consumidor. Até pouco tempo, a média de produção energética por fontes renováveis ficava em torno de 33%. Investimentos em novas conexões entre usinas produtoras e redes de transmissão contribuíram com a elevação desse percentual. Até 2050, a Alemanha espera ser 100% renovável.

4 – URUGUAI
Em apenas 15 anos, o Uruguai deixou de depender do petróleo, que já forneceu 27% da energia consumida pelo país. Desde que autoridades locais passaram a valorizar a indústria limpa, usinas solares, eólicas, hídricas e de biomassa passaram a fornecer a maior porção elétrica nacional. No início deste mês, 98% de toda a energia do país foram provenientes de fontes limpas. A nova condição não só reduz significativamente as emissões de CO2 à atmosfera, como garante vantagens financeiras à nação, que passou a economizar ao deixar de comprar petróleo estrangeiro. Até o ano que vem, o Uruguai espera cortar as emissões de carbono em 88%.

5 – CHILE
O crescimento da energia solar no Chile tem sido tão grande que, em algumas regiões do país, a eletricidade chegou a preço zero aos consumidores por 113 dias. Apesar de vantajoso à população, o cenário tem gerado prejuízos aos investidores das companhias de energia elétrica, que vêm perdendo dinheiro. O problema tem sido causado por falhas das redes de transmissão. Os chilenos contam hoje com duas grandes redes que ficam distantes entre si e não se conectam. Desse modo, a porção produzida acaba sendo consumida localmente, impedindo a comercialização do excedente. Até 2017, entretanto, duas linhas de transmissão de quase quatro mil quilômetros devem ficar prontas e contribuir para a redução dos prejuízos.

Outro fato curioso é que, a partir de 2018, 60% da energia utilizada pelo metrô de Santiago será fornecida por fontes solares ou eólicas. A novidade deve reduzir em 130 mil toneladas as emissões de CO2. O volume é um pouco menor que as 159 mil toneladas produzidas pela estrutura no ano passado.

6 – NORUEGA
A Noruega reúne a maior quantidade de carros elétricos per capita do mundo. Hoje, 24% da frota nacional são movidos à energia e os planos locais são audaciosos: até 2025, a nação pretende acabar com os veículos movidos a combustíveis fósseis. Em 2015, foram alteradas as regras do Fundo de Pensão do Governo Norueguês. Desde 1990, ele recebe receitas provenientes do setor de petróleo, posteriormente investidas em mercados de ações, imobiliário e de renda fixa internacional.

Com a alteração, as quantias acumuladas pararam de ser enviadas a empresas com partes significativas de seus ativos na exploração e queima de carvão. Quase oito bilhões de euros deixaram de ir para 122 companhias de diferentes partes do globo. Com a medida, o país sinaliza a investidores que os recursos devem estar, cada vez mais, nas fontes limpas.

7 – ESCÓCIA
Ainda este ano, deve entrar em operação, no litoral Escócia, a maior usina de energia movida pela força das marés. Serão 269 turbinas instaladas no fundo do mar em Ness of Quoys. Com potencial de 400 megawatts, a MeyGen terá capacidade para atender a demanda energética de 175 mil residências.

A expectativa é de que a construção seja finalizada em 2020, mas, ainda em 2016, 60 turbinas podem começar a operar. A iniciativa, financiada pelo Reino Unido, é parte de um programa de energias renováveis que prevê que até 2050 os britânicos possam produzir 190 gigawatts de energia limpa.

8 – ÁUSTRIA
A Áustria já produz 75% de toda sua energia a partir de fontes renováveis. Na Baixa Áustria, maior estado do país, desde novembro do ano passado, 100% do abastecimento já ocorre por meio de tecnologias limpas. Os esforços para atingimento começaram em 2002, quando 2,8 bilhões de euros foram investidos na construção de usinas eólicas, solar e de biomassa e na reforma de estação hidrelétricas sobre o rio Danúbio. A população, de 1,65 milhões de habitantes, passou a contar com 36 mil novos empregos no setor. A expectativa é chegar em 50 mil até 2030.



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